2009/07/29

“Sem terra não há desenvolvimento.”

Entrevista com Lúcia, Sindicalista do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município São Benedito do Rio Preto


Lúcia acredita que a saída dos trabalhadores rurais é a agricultura familiar e não o agronegócio que é representado pelas grandes empresas. A agricultura familiar é chamada assim porque é a familiar, o pai, a mãe e os filhos que cuidam da roça para tirar o sustento da própria terra. No Baixo Parnaíba, a região o município São Benedito faz parte e que é chamada assim porque fica embaixo do Rio Parnaíba, as empresas se instalaram nos anos 80. Primeiro chegaram grupos de empresas brasileiras chamadas Marflora ou João Santos. Eles vieram dos estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, onde a area de plantio já tinha acabado, para plantar eucalipto. No Maranhão tem grande quantidade de terra de boa qualidade. Depois chegaram grupos da Holanda e Japão que comecaram com a plantação de soja. A plantação de cana-de-açúcar está começando de instalar-se. Até agora, as comunidades de São Benedito não deixaram as empresas comprar a sua terra. Lúcia está falando da luta pela terra como uma das grandes conquistas do sindicato: “Sem terra não há desenvolvimento.”, pelo menos não em favor dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. As áreas que são vendidas às empresas, podem conter áreas de plantio até cinquenta famílias. Nas areas rurais as familias são numerosas de cinco até douze filhos. A expulsão do homem do campo para as grandes cidades é muito problemática porque chegam sem estudos. Em São Benedito, o único orgão é a prefeitura, não tem indústria nenhuma.

No São Benedito passa o Rio Preto. Desde da chegada dos grandes empresas, ele reparou algumas mudancas. O rio diminuiu bastante entre os últimos dezessete anos a Lúcia está morando em São Benedito. As grandes máquinas “passam por cima de tudo”, quando desmatam as áreas para plantar. O seu objetivo é econômico, por isso não respeitam do meio ambiente, disse a Lucia. As nascentes são entregardas pelo sol e secam. Por causa disso, hoje em dia, o rio não serve mais tantos peixes. Além disso, os venenos para matar insetos e o adubo para correção do solo jogados nas monoculturas das grandes empresas vão na água com a chuva. Essa poluição aumenta a morte dos peixes. Junto com a plantação de arroz, feijão, batata, iame e mandioca que faz a farinha, o peixe faz parte do sustento das familias rurais que vivem a economia de subsistência e servem o mercado local com os seus produtos.


No Coelho Neto, uma cidade perto onde as empresas já instalaram a plantacao de cana-de-acucar, os agrotóxicos jogados na lavoura chegam nas comunidades com o vento e matam os cachorros, galinhas, etc.. Na agricultura familiar, não se usa esses venenos. Só o adubo natural do estrume do boi, do bode, da galinha.


As empresas chamam os trabalhadores rurais para fazer a limpeza do terreno depois que a máquina passou para tirar as raízes pequenas que a máquina não consegue tirar. Esse trabalho demora só um periodo. Quando o período passou nao tem mais trabalho. “Agricultura familiar rende menos mas sustenta”, disse a Lucía. Uma maquina faz o servico de 20 trabalhadores. “Nos não concordamos com isso por que nos queremos garantir o trabalho para o trabalhador rural e não tirar dele o direito de trabalhar.”